O realizador Manuel Pureza e o ator Diogo Martins expressaram críticas em relação a Marco Paulo, num momento em que luta contra o cancro, por não ter dado permissão para contar a sua história na série da Opto, lançada no ano passado.
“Este processo de fazer a série foi muito enriquecedor, mas não estamos a contar o que gostaríamos, porque não podemos. Ninguém abre a porta para isso, Marco Paulo não abre a porta para isso, abre a porta para a história que todos já conhecem. Ele quer manter essa imagem. Tivemos uma equipa de escrita fantástica que tentou aprofundar, mas esbarrámos numa parede. Todos na equipa sentiram a frustração de tentar espreitar para lá dessa parede”, explicou o realizador. “Sim, está digno”, disse, “mas é uma história que se assemelha à história do Bambi, ninguém quer ouvir essas histórias”, acrescentou.
Diogo Martins também considerou que a série “foi um desafio”, especialmente devido ao tempo limitado disponível. “Eu entendo o que o Manuel Pureza explicou, ele é quem tem o direito de dizer o que quer contar, na verdade é isso”, argumentou.
No fundo, Marco Paulo não nos deu muito conteúdo. Lembro-me de perguntar sobre os momentos difíceis que enfrentou, e, na minha perspetiva, esperava ouvir sobre um lado mais sombrio da sua vida, mas não foi isso que nos foi transmitido. Pelo contrário, foi retratado como um lugar agradável onde ele esteve, onde foi bem tratado e idolatrado. Isso surpreendeu-me, porque não esperava essa resposta”, recordou o ator.